Como sempre, o nosso grupo de estudo reuniu-se para estudar mais essas unidades e preparar a oficina com os cursistas. Parece que estávamos adivinhando. Estudamos Unidades 17 e 18 linha por linha, como não conseguimos fazer para nenhuma oficina, por causa do tempo. E preparamos nosso encontro.
Planejamos assistir com os cursistas o filme passado pela Tamar na 1ª capacitação: “Narradores de Javé”, e a partir dele discutirmos letramento (TP4), estilo, variação lingüística, coerência... Os assuntos da TP5.
E no sábado, empolgadas, estávamos lá com tudo pronto para começar, quando ouço a pergunta:
- Cadê o som? Daaaniii, cadê o som?
E lá fomos nós inutilmente providenciar “o som” para o filme, mas não o conseguimos. Filme adiado para a próxima oficina e partimos para o plano “B”. Frustradas e salvas pelo datashow. Contradições do uso das parafernálias eletrônicas.
Aproveitamos para discutir os pontos que aprendemos bastante com o estudo do TP5.
Introduzimos fazendo a diferenciação entre estilo e dialeto e a questão da intencionalidade. O que abriu espaço para questionarmos se nossas aulas têm sido espaço para despertamento de artistas da palavra. Conversamos um pouco sobre nosso trabalho de ajudar nossos alunos a adquirir autonomia suficiente para transgredirem as regras gramaticais intencionalmente e não por desconhecimento. Todas nós reconhecemos que é um árduo trabalho, ainda mais, porque improvisação requer muito ensaio. Muito treino.
Seguimos com os slides das Unidades 17 e 18, discutindo com os cursistas mais detalhadamente os pontos do TP. Eles fizeram muitas intervenções. Até que paramos um pouco na questão da variação lingüística. E como esta foi uma questão bem trabalhada no nosso encontro em BH, pudemos direcionar melhor a discussão.
Pelas participações, vemos que apesar de tanto falarmos e estudarmos gênero, falta ainda integrar teoria e prática. Estamos todos em processo de assimilação dos conceitos e terminologias da TP, apesar de não serem novos para alguns professores.
A maioria dos professores que estão no Gestar demonstra uma prática já ressignificada por ele. Além disso, é gratificante compartilhar experiências com pessoas que o tempo as torna cada vez melhores, porque sempre estão estudando, aprendendo, aperfeiçoando-se como profissional. É perceptível que a concepção de Língua Portuguesa está mais abrangente, consciente da necessidade de enxergar o aluno como sujeito com identidade, da qual fazem parte as variantes lingüísticas que diversificam as nossas salas de aula.
O que sinto que precisa ser compreendido é o que me faltava até nosso encontro dos formadores
A resposta veio da professora Tamar: “Os gêneros são a solução, porque priorizam as situações sócias comunicativas, que definem a variação lingüística adequada”.
Também enfocamos que, nosso papel como professor de Língua Portuguesa, é possibilitar o aluno a fazer a travessia, e ser capaz de se comunicar em cada situação adequadamente. Por isso, temos que ensinar e priorizar o ensino da Língua Padrão na escola, porque é lugar que onde se tem a oportunidade de aprendê-la. O que muda é nosso olhar, não mais considerando uma variante superior a outra.
É até engraçado, quantas vezes já repetimos a importância de se trabalhar com gêneros. Mas já disse o bom, sábio, mineiro e montesclarense Beto Guedes: “A lição sabemos de cor, só nos resta aprender”.
E, aprender exige prática, como muito já se sabe. Por isso, encerramos com a divisão em equipes para a Atividade da Oficina, e a socialização. Nesse momento houve muitas contribuições sobre a propaganda de Furnas. Enriqueceram muito esse momento, esclarecimentos de uma cursista que pesquisou sobre a usina e esclareceu a propaganda, que foi julgada por outra cursista como “pobre”.
Aproveitamos para chamar atenção para essa pequena discordância como um exemplo de que a coerência é também construída pelo leitor, com seu conhecimento prévio.
As apresentações dos Avançando na Prática foram adiadas também. Planejamos assim. E não sinto que foi prejudicial. Mesmo que seja de suma importância compartilhá-los, a discussão sobre os conceitos da TP, mais aprofundada era necessária.
Mudar a dinâmica desse encontro também era preciso. Sempre é bom sair um pouco da rotina. Para o próximo, esperamos trabalhar com “Os narradores de Javé”, e agora, a expectativa é maior, pela espera de mais duas semanas.
Um comentário:
Oi , sou coordenadora da cidade de Gouveia...
Meu nome é Sumara . Gostaria de saber
como vce faz para colocar todas as fotos desse jeito que vce faz...
Abraços
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