quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Relatório da Oficina 9 – Unidades 17 e 18 da TP5 – 12/09/09



Como sempre, o nosso grupo de estudo reuniu-se para estudar mais essas unidades e preparar a oficina com os cursistas. Parece que estávamos adivinhando. Estudamos Unidades 17 e 18 linha por linha, como não conseguimos fazer para nenhuma oficina, por causa do tempo. E preparamos nosso encontro.

Planejamos assistir com os cursistas o filme passado pela Tamar na 1ª capacitação: “Narradores de Javé”, e a partir dele discutirmos letramento (TP4), estilo, variação lingüística, coerência... Os assuntos da TP5.

E no sábado, empolgadas, estávamos lá com tudo pronto para começar, quando ouço a pergunta:

- Cadê o som? Daaaniii, cadê o som?

E lá fomos nós inutilmente providenciar “o som” para o filme, mas não o conseguimos. Filme adiado para a próxima oficina e partimos para o plano “B”. Frustradas e salvas pelo datashow. Contradições do uso das parafernálias eletrônicas.

Aproveitamos para discutir os pontos que aprendemos bastante com o estudo do TP5.

Introduzimos fazendo a diferenciação entre estilo e dialeto e a questão da intencionalidade. O que abriu espaço para questionarmos se nossas aulas têm sido espaço para despertamento de artistas da palavra. Conversamos um pouco sobre nosso trabalho de ajudar nossos alunos a adquirir autonomia suficiente para transgredirem as regras gramaticais intencionalmente e não por desconhecimento. Todas nós reconhecemos que é um árduo trabalho, ainda mais, porque improvisação requer muito ensaio. Muito treino.

Seguimos com os slides das Unidades 17 e 18, discutindo com os cursistas mais detalhadamente os pontos do TP. Eles fizeram muitas intervenções. Até que paramos um pouco na questão da variação lingüística. E como esta foi uma questão bem trabalhada no nosso encontro em BH, pudemos direcionar melhor a discussão.

Pelas participações, vemos que apesar de tanto falarmos e estudarmos gênero, falta ainda integrar teoria e prática. Estamos todos em processo de assimilação dos conceitos e terminologias da TP, apesar de não serem novos para alguns professores.

A maioria dos professores que estão no Gestar demonstra uma prática já ressignificada por ele. Além disso, é gratificante compartilhar experiências com pessoas que o tempo as torna cada vez melhores, porque sempre estão estudando, aprendendo, aperfeiçoando-se como profissional. É perceptível que a concepção de Língua Portuguesa está mais abrangente, consciente da necessidade de enxergar o aluno como sujeito com identidade, da qual fazem parte as variantes lingüísticas que diversificam as nossas salas de aula.

O que sinto que precisa ser compreendido é o que me faltava até nosso encontro dos formadores em BH. O que fazer, na escola, devido às diversas variações lingüísticas que nos chegam, e como trabalhar gramática?

A resposta veio da professora Tamar: “Os gêneros são a solução, porque priorizam as situações sócias comunicativas, que definem a variação lingüística adequada”.

Também enfocamos que, nosso papel como professor de Língua Portuguesa, é possibilitar o aluno a fazer a travessia, e ser capaz de se comunicar em cada situação adequadamente. Por isso, temos que ensinar e priorizar o ensino da Língua Padrão na escola, porque é lugar que onde se tem a oportunidade de aprendê-la. O que muda é nosso olhar, não mais considerando uma variante superior a outra.

É até engraçado, quantas vezes já repetimos a importância de se trabalhar com gêneros. Mas já disse o bom, sábio, mineiro e montesclarense Beto Guedes: “A lição sabemos de cor, só nos resta aprender”.

E, aprender exige prática, como muito já se sabe. Por isso, encerramos com a divisão em equipes para a Atividade da Oficina, e a socialização. Nesse momento houve muitas contribuições sobre a propaganda de Furnas. Enriqueceram muito esse momento, esclarecimentos de uma cursista que pesquisou sobre a usina e esclareceu a propaganda, que foi julgada por outra cursista como “pobre”.

Aproveitamos para chamar atenção para essa pequena discordância como um exemplo de que a coerência é também construída pelo leitor, com seu conhecimento prévio.

As apresentações dos Avançando na Prática foram adiadas também. Planejamos assim. E não sinto que foi prejudicial. Mesmo que seja de suma importância compartilhá-los, a discussão sobre os conceitos da TP, mais aprofundada era necessária.

Mudar a dinâmica desse encontro também era preciso. Sempre é bom sair um pouco da rotina. Para o próximo, esperamos trabalhar com “Os narradores de Javé”, e agora, a expectativa é maior, pela espera de mais duas semanas.



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

13. OFICINA 08– TP 4 – Unidade 15 - 15/08 – GESTAR II

Objetivos:

  • Desenvolver uma sequência de aulas utilizando elementos do processo de produção textual.

Ao estudarmos e prepararmos para mais esta oficina, o nosso grupo de estudo (as seis formadoras de Português de Moc) resolvemos que está na hora de incrementar um pouco os encontros com as cursistas. Pensando nisso, resolvi iniciar nossa conversa com a Dinâmica (criada por mim) do Bombom Fofão. Funcionou da seguinte forma:

1. Coloquei uma caixa vermelha no centro da sala, à vista de todas.

2. Conversamos um pouco sobre as lembranças da infância, e cada um citou alguma coisa que a transportava para os tempos de criança, trazendo sensações agradáveis ou não. Algum cheiro, som, sabor, imagem.

3. Abri a caixa vermelha e distribui um bombom embrulhado apenas com papel alumínio, e só permiti comerem depois que todas tivessem recebido, e elas comeram todas juntas.

4. Perguntei se era bom e pedi para adivinharem que bombom era, e elas foram tentando até conseguir. Uma cursista até pensou que fosse um Sonho de Valsa.

5. Depois de descoberto que era um Bombom Fofão, expliquei qual minha intenção.

Fiz um paralelo entre o bombom e o texto. Chamei a atenção delas, de quem muitas vezes, é nosso dever apresentar textos aos nossos alunos que eles não apreciam. Igual ao Bombom Fofão, que segundo algumas pesquisas que fiz na internet, muitas pessoas odeiam. Dessa forma, temos que preparar nosso aluno para receber alguns textos, em vez de fazê-los engoli-los à força.

Comentei que o “sabor do texto” é subjetivo, assim como o bombom, que para algumas foi muito saboroso, a ponto de se assemelhar a um Sonho de Valsa.

Assim, como para mim, um Bombom Fofão remete a minha infância, um texto pode ativar muitas sensações nos leitores de nossas salas de aula, e cabe a nós conduzir esse contato.

Então, enfocamos a importância das perguntas que elaboramos sobre um texto, a necessidade de nos relacionarmos com nossos alunos para conhecê-los em qual etapa estão do processo de leitura e escrita.

Sobre os Avançando na Prática, houve uma dificuldade de aplicá-los em virtude do adiamento do retorno das aulas, em função da Gripe A, e por isso tive que ampliar o prazo para que atualizassem suas Lições de Casa.

Das que conseguiram aplicar, ouvimos os relatos, e sugestões para aquelas que ainda iriam fazê-lo. Como a TP, enfoca bastante a produção textual, as demonstrações dos Avançando (sequência a um diário, reescrita de um texto sobre ecologia, e ordenação dos parágrafos de um texto) suscitou uma angústia compartilhada pela maioria de nós, que gira em torno da nossa correção do texto do aluno ser proveitosa para seu desenvolvimento como escritor.

Apaziguou nossos corações compartilhar exemplos que são práticos e eficazes. Concluímos que a melhor correção é aquela que retorna o mais rápido possível para o aluno, e que trata de objetivos pré-determinados antes mesmo da escrita do texto.

A Atividade em grupo foi muito bem aproveitada pelas cursistas que interpretaram corretamente a imagem das crianças com as profissões, e propuseram sequências didáticas muito criativas e pertinentes para seus alunos. Estas também irão para o nosso banco de atividades.

Esta oficina foi uma das que mais trabalhamos os conceitos da TP. Ela cumpriu bem o objetivo do Gestar de ressignificação da nossa prática pedagógica, através da troca de experiência da aplicação dos conceitos teóricos nela abordados.

O único impasse que se deu foi quanto ao Termo de Compromisso do Cursistas, que muitas se negaram a assinar, por não concordarem com o desligamento do Plano de Desenvolvimento da SEE, que corresponde à limitação de participar de outras possíveis ações de capacitação, formação continuada e educação. Consideraram uma punição muito severa, e o termo fora de tempo, visto que já houve algumas desistências, e elas, que permaneceram até aqui, seriam penalizadas e as outras não. Alegaram que o tempo oportuno para ser apresentado esse termo, era no primeiro encontro do Gestar II, ou seja, na Oficina Introdutória do dia 30/05.

A questão está pendente ainda, esperando uma solução da SEE.

12. OFICINA 07– TP 4 – Unidade 13 - 11/07 – GESTAR II

Objetivos:
1. Sistematizar e aprofundar as reflexões sobre letramento e sobre o processo de leitura.
2. Desenvolver a leitura e a prática dos Cursistas com relação ao trabalho com textos.

Começamos nossa conversa apresentando os conceitos individuais das cursistas sobre Letramento e Alfabetização. Para ser letrado, é preciso ser alfabetizado? E as opiniões dividiram-se. Algumas colocações: “letrado não significa ser alfabetizado, mas ter a capacidade de ler o mundo”; “ser letrado é ter a capacidade de transpor conhecimento, de aplicá-lo”; “no letramento há a utilização da escrita, de acordo com a função social dela, e o alfabetizado tem domínio da escrita”.
E, finalizamos a discussão entendendo que ser letrado é, como dito, ter a capacidade de ler o mundo, mesmo que não se tenha passado pelo processo de alfabetização na escola.
A discussão foi finalizada, mas senti que das nossas dúvidas quanto ao assunto ficaram ainda reticências.

As cursistas relataram sobre a aplicação dos Avançando na Prática, que giraram mais em torno das festas juninas. É interessante como aos poucos, elas se tornam mais autônomas na aplicação dessas atividades, e criativas. Os Avançando são incrementados, inclusive com atividades das AAAs. Há um empenho de desenvolver as atividades com os alunos e registrar as facilidades e dificuldades. Segundo elas, o Avançando na Prática enriquece as aulas e supre a falta de atividades diferentes.

Atividade em grupo sobre o poema “Cidadezinha Qualquer” foi muito bem aproveitada por elas. Estamos, inclusive, montando um banco dessas atividades. Sempre na semana que segue a oficina, uma cursista digita e me envia, para que eu disponibilize para as demais.
As atividades têm sido montadas de acordo com as séries em que elas estão atuando, e pensando em seus alunos. Há uma preocupação de se levantar o conhecimento prévio do aluno, estimulá-lo a ler o texto, entendê-lo e produzir a partir dele.
Um cursista recitou o poema, e pudemos perceber a necessidade de ajudar o aluno a visualizar a cena retratada por Drummond. Foi feita a sugestão de nós, professoras, tentarmos, desenhá-la, para termos nossa própria imagem da cidadezinha de Drummond.

Esta atividade foi muito bem recebida pelas cursistas, que ao avaliarem a oficina disseram que a divisão do tempo nas oficinas tem sido muito boa, principalmente por priorizar o tempo da atividade, que é uma oportunidade ímpar que elas têm de planejarem juntas com colegas da mesma área, com realidades próximas, mas peculiares.

Sinto que o Gestar II encontrou seu lugar no coração das cursistas. Elas reclamam do tempo, que realmente é insuficiente. Mas estão motivadas e empenhadas. Tenho pensado em como instigá-las a estudarem mais a TP. Elas fazem as atividades corretamente, mas nas discussões percebo a falta da leitura da teoria.